Camila Madeira
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Estilo de vida vegano

29 julho 2021 / By camilamadeira / Impresso

 

Adoção de diferentes hábitos alimentares e de consumo contribui para bem estar humano e dos animais

Em 1º de novembro celebra-se o Dia Mundial do Veganismo. Um estilo de vida que exclui, na medida do possível e do praticável, todas as formas de exploração e crueldade contra os animais. Os veganos evitam consumir e utilizar produtos de origem animal ou que tenham sido testados em animais. Pode ser aplicado nos hábitos alimentares e nas diversas formas de consumo, inclusive de entretenimento. O movimento perpassa por questões éticas e políticas, por se tratar do repúdio à forma com que os animais são vistos e explorados na lógica mercadológica da indústria.

 

A favor dos animais

A ideologia visa não contribuir para o sofrimento dos animais. Os praticantes não consomem carne, ovos, mel, leite e derivados. Abdicam também do consumo de itens de vestuário, medicamentos e produtos em geral que sejam de origem ou testados em animais. O veganismo abrange diferentes aspectos e o principal é a alimentação baseada em vegetais. A diferença entre ele e o vegetarianismo, é que o primeiro é um estilo de vida, já o segundo, uma dieta alimentar, segundo a nutricionista, Amanda de Oliveira. “O vegetariano não come carne, peixes e aves, mas consome outros produtos de origem animal. A principal motivação dos veganos é a ética. No entanto, o vegetarianismo também pode ser motivado por questões de saúde e religião”, explica.

 

Benefícios

De acordo com a nutricionista, a alimentação vegana é saudável e não traz nenhum prejuízo à saúde, uma vez que todos os nutrientes que o organismo precisa estão contidos no reino vegetal – base da alimentação vegana – exceto a vitamina B12, que deve ser suplementada. Segundo Amanda, a longo prazo, a alimentação vegana pode prevenir doenças crônicas, como, por exemplo, diabetes, hipertensão e, até mesmo, câncer. “Ao deixar de comer carne e derivados, principalmente embutidos, como presunto, mortadela e salame, o nível de gordura no sangue reduz bastante e, consequentemente, o risco de doenças cardiovasculares. Também ajuda a combater a obesidade, porque os cereais, as leguminosas e oleaginosas dão maior sensação de saciedade e melhoram o intestino”, conta.

 

Reposição de nutrientes

Em contrapartida, existem fatores que não são tão favoráveis. A vitamina B12, por exemplo, é encontrada em grandes quantidades nos alimentos de origem animal, de acordo com a especialista. Para que a alimentação se mantenha equilibrada, é necessário repor os nutrientes, por meio de ingestão e injeção de suplementação. “É preciso comer alimentos específicos que têm as mesmas substâncias encontradas nas carnes, como as verduras de cor escura. Por exemplo, rúcula, brócolis e espinafre. Grãos e sementes, como a chia e a linhaça, são fontes de ômega 3,          que também é importante para o organismo”, cita. Ela recomenda que a mudança alimentar seja feita gradativamente e com orientação nutricional. “Existem muitas alternativas para suprir o consumo desses nutrientes, mas apenas profissionais podem indicar maneiras saudáveis de seguir essa alimentação”, salienta.

 

Escolha

A nova-limense Alessandra Cougias, de 29 anos, é adepta ao veganismo há cerca de três anos e o considera uma luta. “Eu adotei, não um estilo de vida, mas uma ética vegana, tanto por acreditar na libertação humana quanto na libertação animal. Entendo como uma escolha ética”, reitera. Para ela, é uma alternativa de melhorar o planeta, ao transformar a forma como lidamos com o meio ambiente e tudo, a nossa volta, que possa ser passível de exploração. Ela não come carne desde a adolescência, porém, após um ano de alimentação vegana, tornou-se ovo-lacto-vegetariana – não ingere carne, mas consome laticínios e ovos – pela dificuldade de se alimentar fora de casa.

 

Dentro do orçamento

Ela afirma que os custos financeiros podem, ou não, serem maiores que os de uma alimentação comum, visto que se pode optar por industrializados ou verduras, legumes e cereais, majoritariamente. “Os alimentos industrializados são mais caros. Por isso, fazer a própria comida fica muito mais em conta, além de já estar na nossa mesa todos os dias, como o arroz, feijão, batata, entre outros”, afirma. Alessandra conta que descobriu gostar de alimentos que antes não via como opção. Ela percebe que a alimentação vegana é variada e muitos pratos são adaptáveis a esse estilo.

 

Dificuldades

Se alimentar fora de casa pode ser a principal dificuldade para praticar o veganismo, pois a oferta desses alimentos em supermercados e estabelecimentos ainda é pequena ou inexistente. “Em Nova Lima, especificamente, é muito difícil encontrar comidas veganas. Tem uma sorveteria que oferece opção sem leite, mas, basicamente, só encontramos batata frita. Em Belo Horizonte, encontro com mais facilidade, mas quem é vegano tem que estar sempre preparado, ter uma comida pronta na bolsa”, afirma. Ela conta que a instabilidade emocional também pode ser um empecilho. “Quando, por alguma razão, me sinto instável emocionalmente, me permito comer queijo e derivados do leite”, relata.

 

Diferentes aspectos

Sobre aderir o veganismo em todos os aspectos, Alessandra afirma ser algo difícil, tendo em vista o contexto político-social e capitalista em que vivemos. Ela cita como uma das formas de exploração, os testes feitos em animais, pelas indústrias. Afirma que diversos produtos são fabricados direta ou indiretamente a partir da exploração, mas não nos damos conta. “Temos que começar a questionar, conscientizar e mudar as formas de consumo”, avalia. Ela considera que não se pode deixar de suprir necessidades, mas, quando possível, pode-se fazer escolhas éticas. “Não podemos deixar de tomar um remédio, quando estamos doentes, porque foi testado em animais. Mas, podemos, por exemplo, comprar um sabonete que não tenha sido testado em animais”, pondera.

 

Matéria publicada no Jornal A Banqueta de Notícias, em novembro de 2019

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